Dissertações e Teses defendidas na Udesc
URI permanente desta comunidadehttps://repositorio.udesc.br/handle/UDESC/83
Navegar
4 resultados
Resultados da Pesquisa
Tese Acesso aberto Protagonismo negro: da elaboração à formação de professores para o ensino de história e cultura africana e afro-brasileira (Florianópolis/SC 1994-2016)(2023) Santos, Carina Santigo dosNa presente pesquisa, inserida no campo da História do Tempo Presente, filiei-me ao intento de historicizar a trajetória de luta no campo educacional do Movimento Negro, especialmente dos militantes intelectuais do Núcleo de Estudos Negros (NEN) na cidade de Florianópolis entre 1994 e 2016. Defendi a tese de que tais militantes elaboraram um audacioso projeto de educação antirracista e desenvolveram suas etapas, constituindo sentidos de História. Estes militantes atuaram ativamente para a formatação de um pensamento negro em educação, com a formulação de uma pedagogia; eleição de um representante para a Casa Legislativa a fim de aprovar a Lei Municipal 4.446/94, para tornar obrigatório o ensino de história afro-brasileira; participação nos movimentos de estruturação dos currículos e participação nas formações continuadas de professores para o ensino de história e cultura africana e afro-brasileira e educação das relações étnico-raciais. A fontes de pesquisa foram depoimentos, acervos institucionais (documentos disponibilizados pela Câmara de Vereadores e Secretaria Municipal de Educação de Florianópolis), impressos como jornais e livros. As categorias de análise alicerçaram-se na mobilização de memória e dever de memória (RICOEUR, 2007; TRAVERSO, 2012), culturas políticas (BERSTAIN, 1988) e currículo como campo de disputa política e espaço-tempo de fronteira cultural (SILVA, 2010; MACEDO, 2006). Para compreender o cenário das relações raciais amparei-me nos debates e conceitos discutidos por Fanon (2008), Kilomba (2019), Almeida (2019), Hall (1999), entre outros/as. Como resultados obtidos observa-se a estruturação de um pensamento negro em educação e sentidos de História construídos na trajetória de luta antirracista.Dissertação Acesso aberto Memória e testemunho sobre a ditadura militar brasileira em obras de Fernando Gabeira (1979 – 2012)(2022) Gonsalves, Nicolas FernandesA presente pesquisa tem como proposta analisar a memória e o testemunho sobre a ditadura militar brasileira a partir das obras O que é isso, companheiro? (1979) e Onde está tudo aquilo agora? (2012), de Fernando Gabeira. Os livros foram selecionados por possuírem relatos sobre as vivências do autor durante a ditadura militar e por terem sido escritos em momentos distintos. Desta forma, será analisado como a narrativa testemunhal de Gabeira foi transformada com o passar do tempo, buscando compreender quais são as permanências e as rupturas presentes, bem como a influência das vivências do autor e dos contextos de publicação na escrita. O objetivo principal é entender como o tempo age sobre as memórias dos indivíduos. As obras serão analisadas sob a perspectiva da História do Tempo Presente, para, assim, compreender também como os eventos do passado afetam o nosso presente e como a ditadura militar deixou marcas no Brasil até os dias de hoje.Dissertação Acesso aberto Memórias, testemunhos e militâncias: a trajetória de dez mulheres na ditadura chilena(2023) Reynaud, Catiuscia AlvesEste estudo intitulado “Memórias, Testemunhos e Militâncias: A Trajetória de Dez Mulheres na Ditadura Chilena” examina as trajetórias de dez mulheres chilenas que militaram contra a ditadura militar de seu país. Neste sentido, tem como objetivo destacar como elas se envolveram na resistência política, social e feminista durante um período de autoritarismo e repressão. As fontes da pesquisa são entrevistas realizadas pelo Laboratório de Estudos de Gênero e História (LEGH) da Universidade Federal de Santa Catarina. Essas fontes documentais possibilitam analisar como foram as experiências delas dentro dos movimentos feministas, nas organizações de mulheres e nos movimentos de luta armada. As entrevistas revelam ainda as complexas intersecções entre gênero, política e memória, explorando como essas mulheres desenvolveram uma consciência de gênero. Isto é, um posicionamento reflexivo referente as desigualdades entre homens e mulheres, ao entrar em contato com as discussões e teorias feministas em meio às lutas políticas. Através da análise das trajetórias individuais e das histórias coletivas das mulheres, a pesquisa oferece uma visão das experiências das atividades femininas durante a ditadura chilena. Além disso, destaca o papel crucial das mulheres na luta pela democracia, na luta pelos direitos humanos, bem como, na luta por mais direitos das mulheres e por mais igualdade de gênero. Esta dissertação pretende contribuir para pensar e compreender parte da militância feminina nos movimentos e grupos de mulheres no Chile, o ativismo feminista no contexto de ditadura militar do país e a importância dos testemunhos de mulheres para a historiografia. A pesquisa destaca a importância fundamental das memórias, testemunhos e militâncias dessas mulheres na construção da história contemporânea, partindo do campo da História do Tempo Presente para pensar no passado que se encontra vivo na memória de cada uma delas. A solidariedade emerge como um elemento essencial de resistência e sobrevivência entre as mulheres chilenas. Nesse sentido, é possível identificar a união entre as mulheres nos movimentos de mulheres e nos movimentos e grupos feministas. Assim como perceber a importância do feminismo na luta contra a ditadura e na luta por mais direitos das mulheres.Tese Acesso aberto Indígenas mulheres: política, lutas e saberes em terras nordestinas(2023) Andrade, Andreza de OliveiraO texto apresentado é resultado de uma pesquisa desenvolvida junto às comunidades indígenas Mendonça do Amarelão – RN e Jenipapo-kanindé – CE e parte da centralidade das mulheres como lideranças nestas comunidades para problematizar aspectos da cultura política das comunidades à luz de uma perspectiva descolonial das práticas políticas, das relações de gênero e da organização coletiva dos povos originários de modo geral e das indígenas mulheres de modo específico. As protagonistas desta trama histórica foram Tayse Potyguara (liderança Mendonça), Cacique Pequena e Cacika Irê (lideranças Jenipapo-kanindé), cujas atuações políticas se estendem para além de seus territórios, reverberando tanto no Movimento Indígena quanto em políticas institucionais. Elas são o fio condutor que leva à uma análise historiográfica que as associa à uma ampla tradição de resistência e atuação política das indígenas mulheres no Brasil. A partir do uso da metodologia da história oral e guiada pelas memórias destas mulheres, busco delinear elementos de um cenário histórico de ampla resistência dos povos originários em um recorte espacial no Nordeste, região que abriga a segunda maior parcela de população indígena no país. Suas memórias são os fios que ajudam a conectar a história do tempo presente, no qual se percebe o fortalecimento da militância e da presença das indígenas mulheres nos espaços políticos e de poder institucional, à ancestralidade que trazem consigo, que nos remete à sua luta e de seus povos contra todas as formas de colonialidade, e que é travada a partir de seus corpos-território, de sua organização política e da influência que tradicionalmente exercem junto às suas comunidades. A partir da critica social inscrita no campo do chamado giro decolonial busquei constituir análises acerca das práticas de resistência das indígenas mulheres tanto a partir de suas organizações coletivas no âmbito de suas comunidades, quanto para além delas, chamando atenção para o protagonismo que a epistemologia assume como instrumento de uma resistência política atravessada pela constituição de uma cultura histórica na qual seus povos são protagonistas do enredo histórico. Algo que se faz notar a partir da centralidade que a produção de conhecimento assume nos discursos e na militância das interlocutoras, quando elas mesmas se inscrevem como produtoras de conhecimento. Interessadas em ocupar espaços acadêmicos como forma de constituir à crítica à colonialidade desde os espaços coloniais como a academia. Em função disso se dá a análise de suas escrevivências apresentadas a partir da produção de suas próprias pesquisas acadêmicas.