O presente artigo pretende analisar como o elemento sexual e de gênero podem interferir no debate público brasileiro, especialmente nas últimas décadas com o desenvolvimento de pautas voltadas para o âmbito social, como os direitos sexuais e reprodutivos, as questões identitárias e as de saúde pública. O progresso e popularização de tais discussões revelam contrastes estruturais que acabam por contestar a ordem vigente, ameaçando papeis historicamente consolidados como o do homem provedor. Como reação à movimentação que busca a justiça social, agentes políticos que visam manter a ordem vigente e resguardar suas tradições tendem a lesar a capacidade de empatia entre os indivíduos, incorrendo em justificações para a repressão da liberdade, desmoralização de grupos minoritários e tratamentos degradantes. Essa problemática acaba sendo somada aos demais conflitos político-sociais que afetam o cotidiano da população, como a ansiedade econômica contemporânea, ocasionando tensões que causam desconforto na sociedade. Neste ínterim, o trabalho buscará entender a lógica política dos que apelam ao discurso voltado para a reação às pautas reformadoras, a fim de compreender as motivações de seus emissores, seu público-alvo e desdobramentos, utilizando de pesquisa bibliográfica, histórica e documental.
