Avaliação do estado funcional e da disfunção diafragmática diagnosticada por ultrassom como fatores preditivos para mortalidade em pacientes sépticos na unidade de terapia intensiva

Tipo de documento

Artigo

Data

2024

Modalidade de acesso

Acesso restrito

Centro

CEFID

Instituição

Programa

Área do conhecimento

Ciências da Saúde

Editora

Autor

Osório, Manoela Soares

Coorientador

Santos, Isadora dos

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Fascículo

Resumo

A sepse é definida, na atualidade, como uma disfunção orgânica com risco de vida, causada, basicamente, por uma resposta desregulada do hospedeiro à uma infecção. Devido à sua natureza sistêmica, o processo inflamatório séptico resulta em perda de massa muscular, tanto apendicular como diafragmática, além de impactos negativos significativos no estado funcional do paciente acometido. Neste sentido, a ultrassonografia cinesiológica (USc) é uma ferramenta diagnóstica não-invasiva que pode avaliar, à beira-leito, o estado muscular do diafragma, guiando, deste modo, o processo de reabilitação em paralelo à outras abordagens terapêuticas. Objetivo: Portanto, o objetivo deste estudo foi avaliar o estado e função diafragmáticos via USc, bem como o estado funcional de indivíduos sépticos no momento da alta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), além de analisar a influência destes fatores sobre a mortalidade nesta parcela de pacientes críticos. Métodos: Este estudo transversal, observacional e avaliativo foi realizado na UTI do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina (HU-UFSC/EBSERH), no período compreendido entre Abril e Novembro de 2023. A população do estudo foi composta de 36 pacientes sépticos admitidos na UTI, onde foram coletados os dados clínicos de prontuário. No momento da alta da UTI realizamos a USc diafragmática, aplicamos os testes volitivos funcionais e de força muscular, bem como as escalas avaliativas de estado clínico e de mobilidade (Manovacuometria, Dinamometria, escala Medical Research Council [MRC], Perme Intensive Care Unit Mobility Score [PERME] e Escala de Mobilidade na UTI [EMU]). Resultados: Nossos resultados demonstraram que os pacientes submetidos à Ventilação Mecânica Invasiva (VMI) não apresentaram diferenças estatísticas significativas quanto aos parâmetros de USc e estado funcional quando comparados àqueles que não utilizaram o suporte ventilatório (p>0,05). Por outro lado, quando foram comparados os pacientes com e sem diagnóstico ultrassonográfico de disfunção diafragmática (DD), observamos que os pacientes diagnosticados positivamente com DD apresentaram uma maior espessura diafragmática ao final da expiração (EDEX) (p<0,05). Adicionalmente, observamos também que os pacientes não sobreviventes apresentaram valores menores de Pressão Inspiratória Máxima (PImáx), preensão palmar e na pontuação do escore MRC, bem como um tempo de internação hospitalar e uma pontuação no escore Simplified Acute Physiology Score III (SAPS III) maiores quando comparados aos indivíduos que sobreviveram à sepse (p<0,05). A análise da curva ROC demonstrou que o tempo de internação hospitalar (IC 95%: 0,59 – 0,92; sensibilidade: 84%; especificidade: 64%; p: 0,01 e ASC: 0,75), o escore na escala MRC (IC 95%: 0,62 – 0,98; sensibilidade: 100%; especificidade: 50%; p: 0,01; ASC: 0,80) e a dinamometria de preensão palmar (IC 95%: 0,66 – 0,96; sensibilidade: 90%; especificidade: 55%; p: 0,007; ASC: 0,81) foram, neste estudo, bons preditores para o desfecho de mortalidade, determinando pontos de corte de 34 dias, 46 pontos na escala MRC e 11,2 kgf de dinamometria palmar, respectivamente. Em contraste, a DD não demonstrou ser, neste estudo, um bom preditor para mortalidade, sem efeito sobre a sobrevida destes pacientes dentro de um período de análise de até 120 dias. Conclusão: Neste estudo, os pacientes sépticos internados na UTI, de forma geral, apresentaram redução na performance da musculatura respiratória e pendicular, assim como em seu estado funcional. O tempo de internação hospitalar, o escore na escala MRC e os valores de preensão palmar no momento de alta UTI foram considerados bons preditores de mortalidade e possíveis balizadores de condutas terapêuticas nesta população.

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