Co-construindo a governança urbana no diálogo entre comunidades e as universidades: a experiência da “jornada de questões urbanas” em Florianópolis

Abstract

A presente pesquisa tem como objetivo compreender a governança urbana de Florianópolis, a partir das ações promovidas pelos diversos atores mobilizados em torno das questões urbanas da cidade, enfatizando a interação entre as comunidades e as Universidades neste processo. O estudo envolveu um percurso de pesquisa ação que incluiu a (i) identificação dos atores que atuam nas diversas teias das questões urbanas na cidade, (ii) a co-construção de um diagnóstico participativo nos distritos e bairros de Florianópolis, com o levantamento de urgências, potências, demandas e prioridades, (iii) além do cruzamento dessas últimas com as principais ações de extensão das Universidades públicas do município: Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) e Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina (IFSC). O estudo é fruto de um trabalho de iniciação científica que se insere no Observatório de Inovação Social de Florianópolis (OBISF), desenvolvido no Núcleo de Inovações Sociais na Esfera Pública (NISP), e foi construído a partir das metodologias de cartografia e etnografia de arenas públicas. Mais especificamente, resulta da articulação entre ensino, pesquisa e extensão por meio da Jornada de Questões Urbanas, realizada de maio de 2023 a junho de 2024, em parceria com o Fórum de Governança EcoSocial dos Bens Comuns de Florianópolis (Fórum Ecoar). Como resultados pode-se reconhecer as diversas “teias” que compõem a ecologia política de Florianópolis. Essas “teias” dizem respeito a modos bastante típicos e próximos de engajamento com a cidade, tendo cada teia uma narrativa singular de “projeto decidade”, bem como estratégias e ações concretas para colocá-lo em prática. Além disso, o trabalho identifica e analisa as urgências, potências, e prioridades dos diversos distritos de Florianópolis, co-construindo um diagnóstico participativo, o qual é cruzado com um mapeamento das ações de extensão correlatas às demandas, com vistas a possibilitar a coprodução de respostas coletivas que resultem de processos de investigação pública no encontro entre os saberes multidisciplinares e populares dos territórios e conhecimento científico construído nas Universidades.