Infâncias e cidade: percursos geográficos das crianças em Florianópolis/SC

Tipo de documento

Tese

Data

2024

Modalidade de acesso

Acesso aberto

Centro

FAED

Instituição

Programa

Programa de Pós-Graduação em Educação

Área do conhecimento

Ciências Humanas

Editora

Autor

Steinbach, Greicy

Coorientador

Projetos de Pesquisa

Unidades Organizacionais

Fascículo

Resumo

Esta tese insere-se na linha de pesquisa Políticas Educacionais, Ensino e Formação do Programa de Pós-Graduação em Educação, da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC/FAED/PPGE). O objetivo principal da investigação é compreender como as crianças vivenciam experiências nos espaços da cidade a partir do trabalho de campo proposto por uma instituição pública estadual de Educação Básica localizada em Florianópolis/SC. Os objetivos específicos desta pesquisa são: discutir sobre as infâncias na cidade, com destaque para as concepções de criança e a pluralidade da infância; identificar as espacialidades produzidas pelas crianças na cidade de Florianópolis/SC ao vivenciarem os espaços nos trabalhos de campo; descrever quais espaços as crianças frequentam, como qualificam esses espaços, quais os seus desejos e expectativas com relação à cidade e como se deslocam, interagem e se divertem; e analisar as contribuições das crianças, focalizando a complexidade de relações sociais, institucionais e individuais que se constituem na e atravessam a cidade. Para tanto, utilizamos um referencial teórico baseado na Geografia da Infância e na Sociologia da Infância. No que diz respeito aos procedimentos metodológicos e levantamento dos dados, este estudo tem raízes nas proposições das pesquisas de caráter qualitativo, de natureza exploratória/descritiva, com abordagem etnográfica. Os sujeitos da pesquisa são as crianças de uma turma do 2º ano do Ensino Fundamental de uma escola pública da rede estadual localizada em Florianópolis/SC. A pesquisa buscou discutir questões conceituais e da prática pedagógica acerca dos temas infâncias, criança e cidade, mobilidade infantil, cidadania infantil e participação com a intenção de apresentar como esses conceitos veem permeando os estudos acerca das vivências das crianças no contexto da cidade de Florianópolis/SC. Os resultados revelam: como as crianças percebem e vivenciam a cidade de Florianópolis/SC, enfatizando a importância de considerar suas experiências e interações nos espaços urbanos; a relevância de envolver ativamente as crianças nos processos de transformação urbana, reconhecendo-as como sujeitos históricos e detentores de direitos e saberes próprios. Fatores como institucionalização, domesticação, insularização, dualização, fragmentação e restrição da autonomia e mobilidade são vistos como barreiras à plena cidadania infantil, impactando as rotinas das crianças, limitando suas experiências e moldando suas percepções do espaço e participação na cidade. Ao proporcionarmos às crianças a experiência das oportunidades encontradas do lado de fora das instituições educativas, estabelecemos uma conexão que vincula o conteúdo curricular a outras formas de aprendizagem, construindo um conhecimento mais amplo e autêntico, real, mais vibrante e pulsante. Nesse contexto, é fundamental conceber as infâncias como um cenário marcado pela diversidade social, cultural, política, econômica e geográfica, levando em consideração a pluralidade e a heterogeneidade das crianças.

Abstract

This thesis is part of the research line in Educational Policies, Teaching, and Training of the Postgraduate Program in Education at the State University of Santa Catarina (UDESC/FAED/PPGE). The main objective of this investigation is to understand how children experience experiences in the city spaces through the fieldwork proposed by a state public institution of Basic Education located in Florianópolis/SC. The specific objectives of this research are: to discuss childhood in the city, highlighting the conceptions of children and the plurality of childhood; to identify the spatialities produced by children in the city of Florianópolis/SC as they experience spaces in fieldwork; to describe which spaces children frequent, how they qualify these spaces, what their desires and expectations are regarding the city, and how they move, interact, and have fun; and to analyze the contributions of children, focusing on the complexity of social, institutional, and individual relationships that constitute and traverse the city. To do so, we use a theoretical framework based on the Geography of Childhood and the Sociology of Childhood. Regarding the methodological procedures and data collection, this study has its roots in the propositions of qualitative research, of an exploratory/descriptive nature, with an ethnographic approach. The subjects of the research are children from a 2nd-grade class of a public school in the state network located in Florianópolis/SC. The research sought to discuss conceptual issues and pedagogical practices regarding childhood, children, and the city, children's mobility, children's citizenship, and participation with the intention of presenting how these concepts have been permeating studies on children's experiences in the context of the city of Florianópolis/SC. The results reveal: how children perceive and experience the city of Florianópolis/SC, emphasizing the importance of considering their experiences and interactions in urban spaces; the relevance of actively involving children in urban transformation processes, recognizing them as historical subjects and holders of rights and knowledge of their own. Factors such as institutionalization, domestication, insularization, dualization, fragmentation, and restriction of autonomy and mobility are seen as barriers to full children's citizenship, impacting children's routines, limiting their experiences, and shaping their perceptions of space and participation in the city. By providing children with the experience of opportunities found outside educational institutions, we establish a connection that links curriculum content to other forms of learning, building broader and more authentic knowledge, real, more vibrant, and pulsating. In this context, it is essential to conceive of childhood as a scenario marked by social, cultural, political, economic, and geographical diversity, taking into account the plurality and heterogeneity of children.

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