Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas
URI permanente para esta coleçãohttps://repositorio.udesc.br/handle/UDESC/85
Navegar
Dissertação Acesso aberto “A Memória Pode Morrer?”: (auto)biografia em processos de drama em sala de aula(2024) Lopes, Giovanna LemosEste trabalho apresenta uma pesquisa desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas para o curso de Mestrado. O estudo tem como tema a investigação da (auto)biografia feita por crianças em processos de Drama na sala de aula. O objetivo é investigar a (auto)biografia feita por crianças em processos de Drama. A metodologia utilizada tem como base a pesquisa-participante e essa foi desenvolvida em duas escolas municipais de Florianópolis, com uma turma de primeiro ano e duas de terceiros anos do Ensino Fundamental. Como aporte teórico para o conceito de (auto)biografia, os estudos de Passeggi, Delory Momberger e Hartmann são fundamentais à pesquisa, alicerçada, ainda, por Girardello e o incentivo à escuta das histórias contadas por crianças. Junto a isso, relaciona a abordagem do Drama e pesquisadoras como Heathcote, Cabral e Pereira. O trabalho apresenta o contexto da (auto)biografia em Educação no Brasil e demonstra características de uma pesquisa (auto)biográfica com crianças, recurso que reconhece como mais uma possibilidade em processos de criação teatral em sala de aula. Defende, também, a apropriação de si como parte fundamental do desenvolvimento das experimentações teatrais com as crianças.Dissertação Acesso aberto A segunda Eva: imbricações e trajetórias de uma drag queen no teatro(2023) Hostert, Fábio LuísEste trabalho aborda a arte drag a partir de minha experiência com a drag queen Eva Pepper, buscando fricções teóricas que a suportem e também problematizem os espaços de ação desta persona nas relações com a arte drag e teatro, no contexto do trabalho de um ator de um grupo teatral, a Cia Carona, com 28 anos de existência, e assim, buscar quais mudanças esse encontro possibilita e/ou até obriga, nessas trajetórias. Lanço mão de uma escrita performativa e teatral com a presença da voz de Eva, sem medo da linguagem informal e dos chavões que aparecem com a drag queen, assim, atravessando a criação, os lugares de ocupação, a desconstrução pessoal e social cisheteronormativas, formações junto da Cia Carona e sua extensão até o processo de criação da obra teatral A Segunda Eva (2020), procurando expor as relações de mudança entre modos de linguagem e produção a partir deste encontro da drag com o grupo, bem como pessoais. Este estudo partirá, principalmente, da fricção das minhas vivências e práticas artísticas em diálogo com autores como Magali Moser (2021), Richardo Machado (2021) e Sabrina de Moura (2022), onde abordarei questões sobre nosso território: Blumenau-SC; também com pensadores dos grupos teatrais Periplo, Compañia Teatral (1997) da Argentina e Lume Teatro (2001, 2006), bem como Maria Brígida de Miranda(2021); Ileana Dieguez Caballero (2010 e 2011), Dodi Leal (2020) e Daiane Dordete (2015) com foco na teatralidade e performatividade; e também Paul B. Preciado (2014) e Guacia Louro (2001, 2004), com foco nas questões sociais com a comunidade LGBTQIAPN+. Esta pesquisa, para além da influência direta sobre meu trabalho prático, busca gerar visibilidade destes processos e a criação de conteúdo a partir da vivência do universo drag queen, que não é nova, porém está muito à margem de práticas e criações teatrais mais difundidas.Dissertação Acesso aberto Debaixo das saias de Yonara, Inês e Julia: reflexões feministas de uma atriz revirada sobre suas personagens no teatro de rua(2024) Marques, YoanaraA presente pesquisa tem como tema a atuação feminina no teatro de rua, ao observar as técnicas encontradas pela pesquisadora no enfrentamento de diferentes formas de dominação masculina no espaço público. A análise tem como objeto a experiência da autora desta dissertação como atriz, produtora e diretora no grupo teatral Cirquinho do Revirado – ou Teatro Revirado -, há três décadas. O foco recai na influência da prática cênica na rua sobre o modo como mulheres atrizes movem seu mundo e seu teatro para transformar suas relações com suas personagens e seu grupo teatral. Para isso, evoca algumas perspectivas sobre o corpo grotesco, que contribuem para a hipótese de que a estética do grotesco pode contribuir com o embate feminista contra mecanismos de dominação masculina no espaço público do teatro de rua. Nisso, a experiência da atriz pesquisadora com duas de suas personagens torna-se um laboratório de produção de conhecimento, tendo como referência teórica: estudos feministas (Bairros, 1995; hooks, 2021, 2023), estudos teatrais feministas (Miranda, 2008; Romano, 2009; Lima, 2009) e teorias do grotesco (Alvarez, 2006; Bakhtin, 2002).Tese Acesso aberto Documentos de cena na experiência da Companhia Ortaet de teatro: laboratório de teatro documentário para o espetáculo Chorume(2024) Lopes, Cleilson QueirozEsta tese de doutorado reflete sobre a concepção do espetáculo de Teatro Documentário Chorume da Companhia Ortaet de Teatro, localizada no interior do estado do Ceará, na cidade de Iguatu-Ce, a partir dos lugares que ocupo no grupo como artista-pesquisador e proponente do projeto. O espetáculo estreou no ano de 2021 e mantém-se em circulação atualmente. A Companhia Ortaet foi fundada em 1999, sendo um dos grupos mais antigos e resistentes do estado do Ceará, construindo ao longo de duas décadas uma história de produção, formação de artistas e de plateia. O projeto Chorume aprofunda-se no campo do “Teatro Documentário” a partir do lixão a céu aberto da cidade de Iguatu e do bairro Chapadinha, que o margeia. A Chapadinha é um dos bairros mais pobres e mais afetados pelas consequências do lixão, além de ser o local de residência da maior parte dos/as catadores/as que neste processo são artistas criadores/as. O projeto foi contemplado no laboratório Porto Iracema das Artes do Instituto Dragão do Mar no ano de 2020 e ter realizado o laboratório em meio a uma pandemia é uma das questões aqui debatidas. Reflito sobre a elaboração do espetáculo para os meios virtual e presencial a partir da experiência no Porto Iracema das artes e do próprio grupo. As questões teóricas sobre “Documentos Históricos” e “Teatro Documentário” são relevantes para esta elaboração, bem como a pesquisa do processo criativo e de campo. A percepção, narrativas e sensações dos/as artistas-criadores/as da Chapadinha sobre o espaço do lixão é um dos pontos centrais da tese, num processo que assume a relação direta entre artistas da companhia Ortaet e artistas-criadores/as da Chapadinha, por meio de ações estéticas no local, oficinas de teatro e o processo de montagem do espetáculo Chorume. Como metodologia, pauto-me no conceito de “genética teatral”, a partir dos pesquisadores/as de teatro Grésillon, Mervant-Roux, Budor (2013) e da pesquisadora Silvia Fernandes (2013). A metodologia a meu ver contempla o meu percurso e pesquisa dentro da Companhia Ortaet, como artista envolvido no processo de montagem e investigando os mais diversos documentos, que são artigos de jornais, trabalhos de conclusão de curso, dissertações, teses, conversas com os/as catadores/as do lixão de Iguatu e observações pessoais. Os documentos, fotografias e análises são disparadores de cenas possíveis. O debate sobre o teatro no Nordeste, no Ceará e no Iguatu auxilia na compreensão do nosso lugar enquanto grupo de teatro no interior. Como hipótese, trarei os primeiros apontamentos sobre o que chamo de “Documento de Cena”, proponho que uma peça de “Teatro Documentário” desconstrói estereótipos do fazer teatral atribuído ao Nordeste historicamente, bem como a montagem de uma peça com a temática do consumo e o descarte pode ser um instrumento que proporciona o debate e a transformação do espaço do lixão, produzindo condições simbólicas e materiais de olhar para aquela comunidade de maneira diferente.Tese Acesso aberto Micropoéticas de mulheres no teatro de animação(2024) Viana, Joana VieiraEsta pesquisa tem como tema principal, as mulheres no teatro de animação brasileiro atual e tem como objetivo entender de que forma as questões de gênero, vivenciadas pela pesquisadora e artistas selecionadas, estão entrelaçadas em suas obras artísticas. Investiga os percursos históricos das mulheres no Brasil e como suas lutas por igualdade de direitos sociais vêm ganhando espaço nos últimos tempos, principalmente com a formação de redes de afeto e apoio. A metodologia apoia-se na teoria crítica feminista e quanto à abordagem, é qualitativa e quantitativa, com objetivo exploratório e descritivo. Para tanto, estabelece: 1) revisão bibliográfica, com ênfase no tema; 2) acompanhamento das ações da Rede de Bonequeiras Brasileiras; 3) mapeamento das bonequeiras brasileiras por meio de questionário on-line, traçando perfis quantitativos relativos a marcadores sociais (idade, cor, classe, gênero e localidade onde atuam); 4) seleção e análise de dois espetáculos, uma passagem (cena) e três vídeos-poesia de teatro de animação; 5) realização de entrevistas e conversas com as artistas; e 6) a busca por uma poética própria, entrelaçando vivências pessoais, criações artísticas e escrita performativa.Tese Acesso aberto Por um teatro para esperançar em tempos de pós-democracia: o diálogo entre práticas boaleanas e brechtianas(2024) Walger, Eduardo VieiraPode a costura entre as linhas cênicas pensadas por Bertolt Brecht e Augusto Boal servir como instrumento artístico e político no remendo da atual democracia de farrapos, para que as pessoas não sejam somente chamadas a obedecer, e sim, efetivamente, chamadas a participar? Esta é a questão levantada aqui. A tese investiga o conceito de pós-democracia de Colin Crouch (2004) e Rubens Casara(2018). A primeira parte examina como o modelo neoliberal se impôs como padrão às democracias, a levar ao máximo o capitalismo. Nesta realidade global, as pessoas são cada vez mais objetificadas e chamadas somente obedecer. Tornam se cada vez mais afastadas e indiferentes ao sistema político. Situação desejada pelos detentores do poder, pois assim podem impor a realidade que desejam para o mundo. Dessa questão, parte-se à análise do teatro como espaço político. No que toca Brecht, investiga-se Peças Didáticas e elementos épicos, mais especificamente o texto Aquele Que Diz Sim e Aquele Que Diz Não. Por sua vez, o Teatro do Oprimido (TO), sistematizados por Boal, potencializa a experiência democrática ao se entrelaçar com os elementos teatrais de Brecht. Com este estudo somado à prática deste autor, verificou-se duas abordagens cênicas possíveis: 1) uma peça foro-didática; 2) uma fórum-performance. A análise de tais propostas, além da asserção de um material de revisão, possui um caráter auto-etnográfico, pois examina as experiências (como diretor, ator e instrutor) e parte da autobiografia do pesquisador. A delimitação do percurso auto-etnográfico alcança a atuação do investigador como instrutor de artes cênicas no Município de Pinhais, Estado do Paraná, bem como sua participação como performer e oficineiro no 6to Encuentro Latinoamericano de Teatro del Oprimido, na cidade Atlixco, no México. Espera-se como resultado contribuir nas áreas da pedagogia do teatro e teatro na comunidade, com uma proposta de apoio e diálogo aos estudos dos que pensam nas artes cênicas como mecanismo capaz de instigar as transformações necessárias – como linhas de um Teatro da Esperança – para a construção de espaços efetivamente democráticos.Dissertação Acesso aberto Práticas posithivas: um levante de artistas que vivem com HIV/aids nas artes da cena(2024) Faria, Emanoel AparecidaEste trabalho busca identificar as potências artísticas do processo formativo do Ciclo de Polinização da Coletiva Loka de Efavirenz e do processo artístico da peça-palestra A Doença do Outro, de Ronaldo Serruya, na construção de contranarrativas do hiv/aids na atualidade. Utilizando a bricolagem, método que busca responder às questões da pesquisa utilizando ferramentas diversas, e a cartografia, método de acompanhamento e invenção de dados, como métodos de análise. As obras serão examinadas sob a perspectiva da Posithividade Artística (PA+), que, diferentemente da Positividade de Foucault (2012) e da estética do fracasso de Colling (2021), emerge da interação entre poder disciplinador e resistência criativa, resultando em uma outra forma de poder vivo e ressignificado. Para isso, a pesquisa investiga dados históricos, bibliográficos e imagéticos sobre a epidemia de aids no Brasil, buscando compreender como as narrativas médico-patológico-midiático-jurídicas foram construídas e como ainda influenciam o imaginário social. Segundo Fonseca (2020), o corpo posithivo, carregado de necrometáforas (metáforas de morte) e belicometáforas (metáforas de guerra), permanece estigmatizado, funcionando como um corpo-arquivo da epidemia. Neste contexto, propõe-se o corpo-testemunha nas artes cênicas como um posicionamento ético-político para romper com o corpo-arquivo. As Práticas Posithivas, definidas como práticas artísticas e educativas com potencial para desconstruir discursos estigmatizantes, são destacadas como um meio de ressignificar histórias pessoais e coletivas de pessoas vivendo com hiv/aids (PVHA). Espera-se que o ato testemunhal no contexto artístico promova engajamento e rede de afetos para PVHA para que se possam se reconhecer enquanto sujeitos, rompendo o silêncio imposto por décadas de estigma e discriminação.